Foi divulgada, nesta quarta-feira (26/04), a mensagem do Papa Francisco para o 60° Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado no próximo domingo, 30 de abril, IV Domingo de Páscoa.

O Dia Mundial de Oração pelas Vocações foi instituído por São Paulo VI, em 1964, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II.

“Esta providencial iniciativa visa ajudar os membros do Povo de Deus a responder, pessoalmente e em comunidade, ao chamado e à missão que o Senhor confia a cada um no mundo de hoje, com as suas feridas e as suas esperanças, os seus desafios e as suas conquistas”, sublinha Francisco no texto.

“Vocação: graça e missão” é o tema proposto pelo Papa, este ano, para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, “uma preciosa ocasião para redescobrir, maravilhados, que o chamado do Senhor é graça, dom gratuito e, ao mesmo tempo, é empenho de partir, sair para levar o Evangelho”.

 A vocação é como uma semente divina que germina

“No decurso da nossa vida, este chamado, inscrito nas fibras do nosso ser e portador do segredo da felicidade, alcança-nos, pela ação do Espírito Santo, de maneira sempre nova, ilumina a nossa inteligência, infunde vigor na vontade, enche-nos de admiração e faz arder o nosso coração. Às vezes irrompe até de forma inesperada”, escreve o Papa.

A seguir, Francisco conta o que aconteceu com ele, em 21 de setembro de 1953, quando sentiu o impulso de entrar na igreja e se confessar. “Aquele dia mudou a minha vida, dando-lhe uma fisionomia que dura até hoje. A fantasia de Deus que nos chama é infinita. A sua iniciativa e dom gratuito esperam a nossa resposta”, ressalta ele.

Segundo o Papa, “a vocação é uma «combinação entre a escolha divina e a liberdade humana», uma relação dinâmica e estimulante que tem como interlocutores Deus e o coração humano. Assim, o dom da vocação é como uma semente divina que germina no terreno da nossa vida, abre-nos a Deus e abre-nos aos outros para partilhar com eles o tesouro encontrado. Esta é a estrutura fundamental daquilo que entendemos por vocação: Deus chama amando, e nós, agradecidos, respondemos amando”.

Não há vocação sem missão

“O chamado de Deus inclui o envio. Não há vocação sem missão.E não há felicidade e plena autorrealização sem oferecer aos outros a vida nova que encontramos. O chamado divino ao amor é uma experiência que não se pode calar”, sublinha Francisco.

De acordo com o Papa, “a missão comum a todos nós, cristãos, é testemunhar com alegria, em cada situação, por atitudes e palavras, aquilo que experimentamos estando com Jesus e na sua comunidade, que é a Igreja. E traduz-se em obras de misericórdia materiais e espirituais, num estilo de vida acolhedor e sereno, capaz de proximidade, compaixão e ternura, em contracorrente à cultura do descarte e da indiferença. Fazer-nos próximo como o bom samaritano permite-nos compreender o «núcleo» da vocação cristã: imitar Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido”.

Portanto, é necessário fazer uma “profunda experiência com Jesus”. “Temos um ícone evangélico desta experiência nos dois discípulos de Emaús. Estes, depois do encontro com Jesus ressuscitado, confidenciavam um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Podemos ver neles o que significa ter «corações ardentes e pés a caminho». É o que desejo também para a próxima Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que aguardo com alegria e que tem como lema: «Maria levantou-se e partiu apressadamente». Que cada um e cada uma se sinta chamado a levantar-se e partir apressadamente, com coração ardente!”, escreve o Papa.

Levar a vida a todos os lugares

“O termo Igreja vem de Ekklesía, palavra grega que significa assembleia de pessoas chamadas, convocadas, para formar a comunidade dos discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo. Na Igreja, somos todos servos e servas, segundo diversas vocações, carismas e ministérios”, recorda Francisco.

O Papa ressalta que “a vocação é dom e tarefa, fonte de vida nova e de verdadeira alegria. Que as iniciativas de oração e animação pastoral ligadas a este Dia reforcem a sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais”.

“Que o Espírito do Ressuscitado nos faça sair da apatia e nos dê simpatia e empatia, para vivermos cada dia regenerados como filhos de Deus-Amor e sermos, por nossa vez, geradores no amor: capazes de levar a vida a todos os lugares, especialmente onde há exclusão e exploração, indigência e morte. Que deste modo se alarguem os espaços de amor e Deus reine cada vez mais neste mundo”, conclui.

Texto de Mariangela Jaguraba, disponível em Vatican News.

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