São Bernardo de Claraval dizia: “Nunca me sinto tão contente nem tão tomado de tremor como quando devo falar da glória da Virgem Mãe. Sem dúvida alguma, o projeto salvífico de Deus perpassa por Maria”.
Foi ao pé da cruz que recebemos Maria como mãe, não é algo que a Igreja católica inventou, Jesus após ser despojado de suas vestes, vê sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o seu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe”. E desde essa hora o discípulo a recebeu em sua casa (Jo 19, 26-27).
Assim como o discípulo amado, nós também hoje acolhemos a Mãe de Jesus em nossos lares. Maria é mãe de todos, Mãe de Deus, e mãe da humanidade. Mas é válido ressaltar, Maria não é Deusa, não é mais que Deus, mas depois de Jesus o Senhor, neste mundo ninguém foi maior, como canta o Padre Zezinho.
Pela ação do Espírito Santo, Maria foi preservada de toda mancha de pecado, para ser a mãe do salvador. “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça junto de Deus. Eis que ficara grávida e dará o nome de Jesus (Lc 1, 30-31). Por meio de Maria, Jesus Cristo o Verbo Encarnado, tornou se homem para nossa salvação. Assim como o Espírito Santo, Jesus existe desde o princípio, mas é no SIM de Maria que “a Palavra se fez carne e armou tenda entre nós” (Jo 1, 14), é no sim de Maria que reencontramos a graça perdida por nossos primeiros pais no jardim. Se por Eva, uma mulher o pecado/morte entrou no mundo, também por uma mulher, a nova Eva, a virgem Maria, a salvação/vida entrou no mundo.
São muitas as qualidades de Maria que poderiam ser trabalhadas nesta pequena reflexão, Maria vocacionada, Maria do silêncio, Maria mãe e muitos mais. Me inspira bastante a imagem de Maria missionária e obediente, aquela que sem hesitação aceita o projeto de Deus em sua vida: “Eis a serva do senhor. Faça-se em mim como você me disse” (Lc 1,38).
Reflexões feitas por pessoas de outras denominações acreditam que Maria foi apenas usada para ser mãe, mas Maria foi escolhida para essa missão, esse é o termo, escolhida, Maria não foi “barriga de aluguel”. Apesar de ter poucas falas nas passagens narradas pelos evangelistas, a Virgem de Nazaré estava sempre perto e sempre com Cristo. Estava no anúncio, no nascimento, na apresentação no templo, na sua vida escondida (até os trinta anos) e principalmente no caminho para calvário, onde Jesus se preparava para o sacrifício, Maria participou da dor de Jesus. Depois que o Salvador foi elevado ao céu, como narra o livro dos Atos dos Apóstolos, os discípulos voltam para Jerusalém e se reúnem no monte das oliveiras onde vêem o Cristo pela última vez e lá no meio dos doze discípulos estava Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14). Maria está presente como símbolo e fator de unidade.
Após a festa de Pentecostes, a decida do Espirito sobre a igreja, celebraremos a Solenidade da Santíssima Trindade, Maria esposa e Mãe de Deus, possibilitou a toda humanidade uma unidade com cada pessoa desta Trindade, e hoje assunta aos céus, promove a unidade de nós Seres Humanos com Deus. A Virgem também proporciona unidade e paz a Igreja, por meio do sofrimento do amor, Ela continua cuidando e anunciando ao lado dos discípulos após Pentecostes, quando a igreja é revestida pela força do Espírito Santo.
Maria é a Eva do novo testamento, a Eva que pelo contrário foi obediente e aceitou o projeto de Deus. Nós cristãos católicos que veneramos Nossa Senhora, devemos nos inspirar nessa obediência, assim como Ela, possamos nos render incondicionalmente ao que Deus nos pede e assim como a Mãe apontar o caminho que leva a Pai, são essas as últimas palavras de Maria relatadas nos evangelhos: “Fazei tudo que ele disser” (Jo 2,5). A Santíssima Virgem ama a cada um de nós seus filhos, guia os nossos passos segundo a vontade de Jesus seu filho, defende-nos dos nossos inimigos e intercede por nós a Deus como pedimos na oração da Ave Maria: “Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.
Maria também é aquela que sai apressadamente ao encontro de Isabel (Lc 1, 39-56), para cuidar de sua prima que já idosa gesta o precursor, João Batista. Que inspirados por Maria possamos sair apressadamente ao encontro dos irmãos que necessitam de nossa ajuda, de nosso cuidado. Durante a gestação e a vida de Jesus, Maria passou por muitas dificuldades, sua confiança e fé em Deus foram o seu alicerce. Peçamos sua intercessão nos momentos de dificuldade, para que acompanhados do amor de Cristo possamos vencer as nossas batalhas cotidianas, confiemos sempre no amor de Deus.
Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós! Nossa Senhora da Saúde, rogai por nós!
Seminarista Geisilan Barbosa dos Santos, primeiro ano de Teologia.