O chamado divino interpela e envolve o ser humano “concreto”. É necessário que a formação ao sacerdócio ofereça os meios adequados para facilitar o seu amadurecimento, com vista a um exercício autêntico do ministério presbiteral. Para este fim, o seminarista é chamado a desenvolver a própria personalidade, tendo por modelo e fonte Cristo, o Homem perfeito (RFIS, n. 93).
Os objetivos a serem alcançados com determinação e persistência na formação humana, manifestam-se, normalmente, mediante a emergência da capacidade para (CNBB, Doc. 110, n. 190):
- ter de si mesmo uma autoimagem em que sejam incluídas as capacidades e limites; potencialidades e debilidades;
- alcançar um satisfatório conhecimento das próprias fraquezas, sempre presentes em sua personalidade, tendo em vista a capacidade de autodeterminação e de uma vivência responsável;
- perceber sem distorções e avaliar com objetividade, justiça e senso crítico as pessoas e os acontecimentos históricos;
- realizar opções livres e decisões responsáveis, feitas à luz do seguimento de Cristo Jesus;
- relacionar-se madura e construtivamente com todas as pessoas, com as comunidades e, especialmente, com os irmãos dentro do seminário;
- crescer na aceitação e no acolhimento do outro; saber intuir as dificuldades dos outros e desenvolver as atitudes de cooperação, diálogo e respeito;
- relacionar-se com sinceridade com a própria família sem apegos e dependências, nem rejeições e descompromissos, e sem perder as raízes sociais e culturais;
- colaborar e trabalhar em equipe para que, quando presbítero, exerça uma liderança que, sem autoritarismo, favoreça a missão da Igreja e o crescimento do Reino de Deus;
- amar com verdade, profundidade e simplicidade, mediante o crescimento da doação e o serviço generoso aos outros;
- adquirir suficiente autonomia psicológica pela superação de qualquer rigidez e compulsão e pela integração positiva da sexualidade, que assegura a maturidade e o equilíbrio das relações humanas e da caridade;
- exercitar o diálogo, aperfeiçoando assim a convivência humana pela dinâmica da escuta-resposta e estreitando os laços de solidariedade, estima e amizade;
- aceitar e viver as normas da vida comunitária, acolhendo com carinho orientações e encaminhamentos da comunidade formativa;
- alcançar o autodomínio, fonte da disposição interior para viver com disponibilidade a dimensão do serviço fundamental à missão do presbítero;
- conquistar a fortaleza de ânimo, a segurança e a autoconfiança para oferecer uma resposta vocacional com liberdade e sinceridade plenas, assumindo com coragem as necessárias renúncias sem frustrações e desagregações (PDV, n. 49);
- disciplinar a própria vontade face à onda de consumismo, educando-se tanto para o reto uso do dinheiro, quanto a correta administração dos bens;
- educar-se no uso adequado e responsável das novas tecnologias e dos meios modernos de comunicação e entretenimento;
- ser capaz de relações maduras com autoridades, evitando a bajulação, e a resistência infantil;
- ser capaz de guardar sigilo, evitando todo ambiente de fofoca e optando sempre pela verdade com caridade;