A história da ação evangelizadora na Diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM) é marcada pelas grandes missões salesianas. Há mais de cem anos, os filhos de Dom Bosco e as filhas de Maria Auxiliadora estão presentes na região do Rio Negro, anunciando e testemunhando a alegria do Evangelho.


Faz parte do carisma dessa família o ardor pela evangelização e a paixão pela educação da juventude, especialmente dos mais pobres. Inspirados por Dom Bosco, os salesianos acreditam no protagonismo juvenil e no desenvolvimento integral de cada pessoa, ajudando meninos e meninas a crescerem na fé, na responsabilidade e na alegria. Não é por acaso que São João Paulo II proclamou Dom Bosco “Pai e Mestre da Juventude”, reconhecendo nele um verdadeiro modelo de pastor e educador.


Entre os principais instrumentos da obra salesiana está o Oratório Festivo, espaço privilegiado de encontro, convivência e evangelização. A metodologia integra atividades pedagógico-pastorais, orações, esportes, música, oficinas e momentos de partilha. O oratório não é apenas um lugar ou um evento, mas uma experiência comunitária, que une fé e alegria, onde se aprende a amar a Deus e ao próximo brincando, rezando e crescendo juntos.


“Não existe jovem ou criança tão deteriorada, tão estragada, que se uma mão amiga a ela for estendida, não possa vir a ser um excelente cidadão e bom cristão”


Durante o tempo de missão na Igreja do Rio Negro, pude acompanhar de perto a força e a beleza dessa herança salesiana. Em diversas paróquias, o oratório acontece uma, duas ou até três vezes por semana, reunindo crianças e jovens.


Tive a alegria de participar de momentos dos oratórios na paróquia de Santa Isabel, em Santa Isabel do Rio Negro, e na paróquia São Miguel Arcanjo, em Iauaretê, dirigindo algumas breves palavras aos mais de cem jovens reunidos.

De modo especial, vivi essa experiência junto ao Pe. Maurizio, missionário Fidei Donum da Diocese de Modena (Itália), e à Irmã Rita, FSMP, nas atividades da comunidade Santo Antônio (km 14), realizadas todas as quintas-feiras à tarde. O padre e a irmã não vão para pregar longos discursos ou fazer catequese; vão, sobretudo, para estar com as crianças e os jovens. Levam bolas, cordas, música e lanche. Acima de tudo, levam diversão e alegria.


É um momento oportuno para conhecer as crianças da comunidade. No início as crianças brincam dispersas, cada uma como quer. Depois, a Irmã Rita puxa uma brincadeira em grupo, promovendo a integração e a confiança entre eles. Antes do lanche, ela ensina com ternura as orações simples do cotidiano cristão e conta histórias que remetem à pessoa de Jesus.


Entre uma brincadeira e outra, as crianças são inspiradas no desejo de ser melhor, de ajudar os outros, de se aproximar de Deus.


O oratório mostra que a evangelização pode ser simples e profunda ao mesmo tempo. Gestos pequenos, mas cheios de amor. De fato, o oratório revela o modo como a evangelização nasce, sobretudo, do encontro e do afeto.

Carlos Daniel de Souza Martins – Seminarista em Síntese Vocacional na Diocese de São Gabriel da Cachoeira – AM

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