
“… a fé sem obras é morta” (Tg 2, 26)
Neste mês de agosto celebramos o mês vocacional, onde somos convidados a reforçar em nossas famílias, comunidades e grupos a necessidade de falar e de rezar pelas diversas vocações que temos em nossa Igreja.
Paulo VI na carta encíclica Populorum Progressio: sobre o desenvolvimento dos povos nos diz: “Nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se porque a vida de todo homem é vocação” (n. 15). Como dito, a nossa vida é vocação e devemos desenvolvê-la e discerni-la em nosso cotidiano, para assim viver uma vida de discípulos missionários de Cristo.
Todos nós cristãos batizados somos chamados por Deus para exercer uma missão no mundo. Disso isso, somos chamados a abrir os nossos ouvidos e escutar o chamamento feito por Deus. Ouvir o chamado que ele nos faz diariamente “vem e segue-me” (Mt 19, 21).
No dia 13 de agosto a Igreja celebra a memória de uma Santa que deve ser para nós modelo de entrega a Deus e ao próximo. Convido todos a voltar o olhar para a vocação de uma Santa Religiosa de nosso país e de nossos tempos, o nome dela é Maria Rita de Sousa Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, ou melhor Santa Dulce dos pobres.
A religiosa viveu uma vida totalmente entregue a Deus e ao próximo, seguindo fielmente ao Evangelho que nos diz: Ame o Senhor teu Deus com todo seu coração, como toda sua alma, com toda sua mente, com toda a sua força. O segundo é: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. (Mc 12, 30-31).
Santa Dulce dos pobres viveu intensamente as palavras narradas neste evangelho, amou a Deus sobre todas e as coisas, dedicando sua vida a congregação e conseguiu fazer aquilo que parece ser o mais difícil em nossa sociedade hoje, reconhecer no próximo, o próprio Cristo. Dulce cuidou daqueles que eram esquecidos pela sociedade, sem fazer distinção de cor, raça ou religião. Simplesmente amou a todos, enxergando no rosto dos pobres sofredores a face do filho do carpinteiro (Mt 13, 22), a face do servo sofredor (Is 49, 6).
A fé de Santa Dulce deve nos inspirar diariamente, pois ela viveu uma profunda vida de intimidade com Deus. Sempre confiou Nele para que não lhe faltasse forças para desempenhar sua missão de ajudar o próximo. Ela mesma disse: “Se fosse preciso começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente”.
Nos diz a passagem de São Tiago: “se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, do que lhe adianta isso? Por acaso a fé poderá salvá-lo?” (2, 14). A fé deve se expressar de forma concreta, e isso se dá na entrega de sua vida pelo outro (Jo 13, 1-15). Pois, de que adianta a fé desprovida de solidariedade perante a necessidades dos excluídos e marginalizados? É necessário que o nosso amor pelo Pai, no leve a amar os nossos irmãos que estão diante de nós. “Pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê.” (1 Jo 4, 20).
Que a vocação de Santa Dulce nos inspire a responder “SIM” ao chamamento de Deus, e dessa forma assumamos a nossa missão de levar para as pessoas o Cristo ressuscitado que deu a sua vida para nossa salvação. Nos diz o Papa Francisco: “Somos chamados pelo Senhor para participar de sua obra criadora, prestando nossa contribuição para o bem comum a partir das capacidades que recebemos.” (CV 253).
Que possamos assim colocar todas as nossas forças a disposição da missão de ir anunciar o Evangelho a todas as nações. Cuidando, principalmente dos “invisíveis” de nossa sociedade, garantido a eles seus direitos e sua dignidade. Lembrando sempre dá passagem bíblica que nos diz: “Todas as vezes que vocês fizeram isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeram”. (Mt 25,40).
Seminarista Geisilan Barbosa dos Santos – 3° ano de filosofia
Paróquia São Paulo Apóstolo – Bebedouro/Linhares